Medicamentos Mortais
A indústria farmacêutica vem sistematicamente corrompendo a ciência para enfatizar os benefícios e minimizar os danos de seus medicamentos. Existem centenas de relatórios de estudos científicos e muitos livros escritos sobre a maneira como as empresas farmacêuticas pervertem o processo científico e, usando sua maciça riqueza, com elevada frequência trabalham contra os interesses dos pacientes que afirmam ajudar.
As grandes epidemias de doenças infecciosas e parasitárias que no passado roubavam muitas vidas estão agora sob controle na maioria dos países. Infelizmente, agora sofremos de duas epidemias produzidas pelo homem: tabaco e medicamentos sob prescrição. Ambas imensamente letais. Quero dizer aqui que os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) são medicamentos perigosos e muitos morrem por causa de sangramento de úlceras estomacais, ataques cardíacos, lotam os hospitais de insuficiência renal e sem contar hemodiálises. Na clínica veterinária são receitados indiscriminadamente, uma pena; pra não dizer lamentável. Vou confessar uma coisa: há muito tempo deixei de utilizá-los na minha clínica e mais ainda, deixei de tomá-los faz muito tempo, principalmente por causa de minhas lesões no futebol. As fabricantes de medicamentos nunca falam sobre os benefícios e danos de seus produtos, mas sim sobre sua eficácia e segurança. O que ocorre é o contrário. Em comparação com alimentos e água, que são inofensivos e algo de que precisamos para sobreviver, os medicamentos em geral não são nem eficazes nem seguros. Paracelsus afirmou , há 500 anos, que todos os medicamentos são venenosos e que a dose correta diferencia um veneno de um remédio. Os medicamentos sempre causam dano. Se não o fizessem, seriam inertes e, desse modo, incapazes de oferecer qualquer benefício. Portanto é essencial, para todos os medicamentos, encontrar uma dose que cause mais bem do que dano na maioria dos pacientes. Embora seja muito óbvio que os medicamentos podem matar, muitas vezes isso é esquecido tanto pelos pacientes como pelos médicos e veterinários. As pessoas confiam em seus medicamentos em tal grau que o médico canadense Sir William Osler (1849-1919)escreveu que "o desejo de ingerir medicamentos talvez seja a maior característica que distingue o homem dos animais". Poucos pacientes beneficiam-se dos medicamentos que ingerem, assim , há três razões principais pelas quais um paciente pode sentir-se melhor depois de ter sido tratado com um medicamento: o efeito do medicamento, o efeito placebo e o curso natural da doença. O grande médico William Osler admiravelmente disse que seria bom para a humanidade e ruim para os peixes se todos os medicamentos fossem jogados no mar.
-"Você deve tomar dois comprimidos de vitamina por dia", disse meu amigo.
-"Por quê?"
-"Porque fazem bem a você".
-"Como você sabe?"
-"Porque meu avô diz isso".
Na minha experiência de 25 anos de clínica geral em veterinária somados a mais 50 anos de experiência de meu querido e saudoso pai José Luiz de Figueiredo Moraes, num balcão de farmácia; lendo e interpretando as mais variadas receitas; sempre trocávamos informações e discutíamos os efeitos dos medicamentos e, se realmente faziam efeito ou não. Vários antibióticos não funcionam na minha opinião e são receitados indiscriminadamente por veterinários e médicos, sem contar seus efeitos colaterais que matam; anti eméticos (vômitos) como o Plasil (metoclopramida) não podem de jeito nenhum ser administrado para cães, enfim, vários medicamentos, alguns de alto custo; que prometem muito mas não têm efeito nenhum e são drasticamente consumidos por muitos animais e muita gente por aí a fora. Que isto sirva de alerta para você e sua família. Na minha opinião nós ficaríamos muito melhores sem a maioria dos medicamentos (70% na minha modesta opinião), cujos benefícios são muito pequenos, os danos são consideráveis e o volume de prescrição é maciço.